Pesquisas sugerem que, devido a influência do clima, algumas borboletas estão migrando para florestas à procura de um ambiente mais fresco. A influência climática também ataca sua sobrevivência.
Cientistas da Universidade de Cambridge (Reino Unido) publicaram um novo estudo na revista Journal of Animal Ecology. Eles analisaram cerca de 4 mil borboletas para registrar sua temperatura a fim de compreender a influência climática na vida das borboletas. Embora as borboletas sejam ectotérmicas e necessitem de temperaturas altas para voar, o estudo descobriu que temperaturas mais extremas, devido ao aquecimento global, podem representar problemas para as borboletas. Isso se agrava especialmente para as espécies que dependem de habitats sombreados para regular sua temperatura. Assim, mesmo que em tese as borboletas se beneficiem com um ambiente mais quente, o aquecimento global pode trazer desafios adicionais para esses insetos.
Segundo outro estudo conduzido pela Universidade de York, no Reino Unido, algumas borboletas estão se deslocando em direção às florestas em busca de um ambiente mais fresco, em resposta às mudanças climáticas. Contudo, os pesquisadores constataram que o número de borboletas que migram não é suficiente para proteger a população de borboletas.

A migração e a perda gradual das borboletas-monarca por influência climática
A migração das borboletas-monarcas, que percorrem quase 5 mil quilômetros, pode estar terminando. A cada outono, as monarcas deixam seus habitats de verão no norte dos Estados Unidos e Canadá em direção aos seus habitats de inverno na Califórnia e no México. No entanto, a Contagem das Monarcas do Oeste realizada em 2018, constatou que o número de monarcas que passam o inverno na Califórnia reduziu em cerca de 86% em comparação ao ano anterior. Além disso, o número de monarcas que ficam no México após o término do inverno caiu 15% desde o último ano, resultando em uma queda total de mais de 80% nos últimos 20 anos, segundo a Federação Nacional da Vida Silvestre.
Essa contagem recente faz parte de uma série de más notícias sobre as borboletas-monarcas, que realizam uma das migrações mais longas já registradas. As mudanças climáticas provocadas pelo homem e a perda de habitat estão ameaçando a sobrevivência dessas borboletas.
O aumento nos níveis de dióxido de carbono pode estar tornando as asclépias, o único alimento das lagartas monarcas, excessivamente tóxicas. Além disso, o aumento das temperaturas está realocando as áreas de procriação cada vez mais para o norte. Isso significa que as rotas de migração das monarcas estão se tornando mais longas e, consequentemente, mais perigosas.
Artigo por Maria Clara Montanha
Fontes: ClimaInfo; National Geographic e PBMC